Você é dono da empresa ou auto-empregado?
Há um ditado que diz que tudo que existe foi imaginado antes. Por isso, perguntamos: antes de se tornar empreendedor, como você imaginava que seria sua vida de empresário? Provavelmente, não imaginou que seria tão difícil, certo? Afinal, o sonho de ser o próprio patrão e de liderar um negócio em direção ao sucesso não deve ter incluído a quantidade de incêndios que você apaga todos os dias. E a questão que fica é se você é (realmente) seu próprio patrão ou é apenas um auto-empregado, uma espécie de funcionário em sua própria empresa?
Saiba que, entre empresários, esse sentimento de ser um auto-empregado é muito mais comum do que se imagina. Quase todos criaram seus próprios negócios buscando uma espécie de liberdade, longe de qualquer subordinação. No entanto, se deparam diariamente com uma avalanche de problemas que os afastam de seu verdadeiro papel, que é o de comandar o negócio com estratégia e visão de futuro na busca por crescimento e expansão. Uma sensação que é muitas vezes descrita como um labirinto de portas, onde cada uma leva a outro problema em vez de uma solução.
Porém, a saída desse labirinto pode estar ao alcance de todos. Basta tomar algumas ações capazes de reduzir a dependência que a empresa tem de você na solução de pequenas coisas, de modo a funcionar sozinha e liberar seu tempo para desenvolver sua capacidade de gestão, se concentrando nas grandes questões do negócio.
Neste artigo, vamos discutir algumas dessas ações. Leia a seguir!
Como um empresário se torna auto-empregado?
São muitos os motivos que levam um empreendedor a ver todo seu tempo consumido com a solução de problemas menores. Muitas vezes, esse é um processo lento, que vem desde o início do negócio e tende a se agravar com o tempo, tornando o empresário um auto-empregado.
Excesso de centralização
A centralização de decisões faz parte do começo de qualquer atividade, pois no início o empresário precisa cuidar de todos os detalhes da operação. O grande desafio é descobrir o momento certo de, digamos, “cortar o cordão umbilical” para que a empresa caminhe com mais autonomia.
Um dos problemas mais comuns nesse sentido é o excesso de centralização presente na personalidade de alguns empresários. O desejo de interferir em todos os detalhes de cada decisão e a relutância em delegar parte de suas atribuições é uma das principais causas que geram o empreendedor auto-empregado.
Processos problemáticos
Se de um lado o problema pode estar nas atitudes centralizadores do empreendedor, de outro ele pode também ser fruto da ausência de processos. Afinal, se o dono da empresa passa grande parte do dia apagando incêndios, sendo um auto-empregado é preciso também refletir sobre o porquê de surgirem tantos focos de problemas. E a resposta para isso pode estar nos processos.
A ausência de processos bem planejados, bem executados, que sejam eficientes e estejam sempre alinhados com os objetivos da empresa pode ser uma das causas mais comuns de contratempos e da geração do empreendedor auto-empregado. Uma empresa que não dê atenção à qualidade e eficácia de seus processos se torna uma verdadeira máquina de gerar problema. E quando isso acontece você sabe no colo de quem cai a obrigação de resolver as coisas.
Como deixar de ser auto-empregado e se tornar um empresário estratégico
O primeiro passo talvez seja fazer uma profunda reflexão sobre como você passa seu dia e sua semana de trabalho. Analise todas as tarefas que costumam ocupar seu tempo e se pergunte se todas elas são coisas com que um gestor empreendedor deveria estar executando. É a partir daí que você vai começar a visualizar quais você deveria estar delegando para outras pessoas e quais são, realmente, de sua competência.
Em seguida, precisa iniciar um processo de descentralização. Isso começa com a contratação de pessoas capacitadas e responsáveis, nas quais você possa confiar. Mas é preciso dar autonomia a elas e deixar claro que só as questões realmente importantes devem chegar até você.
É preciso, porém, lembrar que descentralizar não significa deixar de controlar os negócios. Por isso, você deve se cercar de ferramentas que facilitem esse controle, por meio de indicadores, relatórios e análises de resultado e desempenho.
Otimização e automatização de processos
De nada adianta delegar a solução de problemas se esses continuam se acumulando. Nesse caso você estaria apenas transferindo em vez de solucionar. Uma empresa funcionando em alta performance não é aquela com pessoas para resolver problemas, mas aquela que gera o mínimo de problema. E a única forma de alcançar esse feito é por meio de uma gestão eficiente de processos.
Iniciar uma ação para otimização e automatização de processos começa com um bom mapeamento. É preciso conhecer em profundidade todas as etapas e tarefas executadas, do início ao fim, para que seus clientes recebam o produto ou serviço que você produz. É essa compreensão geral do mecanismo que vai permitir localizar gargalos e as principais fontes de problemas.
A partir de então, inicia-se o planejamento, o redesenho e a implementação de novos e melhores processos. Nesse momento, há sempre a possibilidade de enxugamento de tarefas, aumento na agilidade, redução de custo, ganhos de eficiência e de assertividade. Ou seja, menos erros, menos retrabalho, menos atrasos, menos focos de incêndio.
Além da otimização que isso traz, há ainda a identificação de processos que podem ser automatizados. Por meio de ferramentas digitais, é possível automatizar uma série de tarefas cotidianas em diversas áreas da empresa. São muitas as vantagens que isso traz, destacando-se a liberação de pessoas para atuarem em atividades mais estratégicas, deixando a burocracia e o trabalho repetitivo no modo automático. E essa liberação de pessoas para outras atividades inclui você, o empreendedor.
Isso pode representar um modo definitivo de escapar da teia de problemas que consome seu tempo e impede de atuar com foco na estratégia e no crescimento do negócio. Na verdade, um processo de automatização traz em si mesmo novas ferramentas de acompanhamento de resultados e de desempenho que contribuem para a tomada de decisões estratégicas mais assertivas e ágeis.
Um negócio autogerenciável
Um dos objetivos que todo empreendedor deve perseguir é o de tornar seu negócio autogerenciável. Ou seja, uma empresa no qual todas as engrenagens estejam lubrificadas, girando de forma coordenada, com quase nenhum atrito, focada nos resultados definidos pelo planejamento estratégico. Por isso é tão importante refletir sobre o modo como você está administrando seu empreendimento e se perguntar se está criando condições para isso.
Pois para o sucesso de sua empresa e para sua própria realização como empreendedor bem-sucedido é essencial se perguntar se você não está se tornando um auto-empregado. Diante disso, o melhor é começar a agir e se transformar, finalmente, no empreendedor que imaginava que seria quando tudo começou. Aquele que se ocupa com as grandes questões da empresa e a lidera rumo ao crescimento.
E você é dono da empresa ou auto-empregado? deixe um comentário abaixo e compartilhe sua experiência conosco!